Se tudo correr bem, a partir do próximo dia 5 a espaçonave Juno será lançada com destino a Júpiter, o maior dos planetas do Sistema Solar.
Em meio à nostalgia da aposentadoria recente de seus ônibus espaciais, a Nasa (agência espacial americana) se prepara para mais uma aventura, não-tripulada, às profundezas do espaço.
Se tudo correr bem, a partir do próximo dia 5 a espaçonave Juno será lançada com destino a Júpiter, o maior dos planetas do Sistema Solar.
Gerenciada pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa, em parceria com o Southwest Research Institute, em San Antonio (Texas), a missão faz parte de uma categoria de custo considerado intermediário denominada New Frontiers.
É o segundo projeto do tipo, com um custo estimado em US$ 1,1 bilhão (incluindo as operações nos cinco anos).
A primeira nave dessa classe foi a sonda New Horizons, lançada em 2006 e no momento a caminho do planeta-anão Plutão, depois de um sobrevoo de Júpiter.
A expectativa é que o projeto possa esclarecer alguns mistérios deixados pelas missões anteriores, não só ajudando a compreender a dinâmica de Júpiter como também discriminando entre teorias concorrentes da formação dos planetas.
Um mundo gasoso.
Embora os cientistas compreendam, em linhas gerais, como se forma um planeta, há detalhes importantes que ainda escapam pelos dedos.
As teorias mais aceitas têm dificuldade para explicar como os planetas gigantes gasosos, como Júpiter, se formaram antes que a radiação emitida pela estrela-mãe acabasse "varrendo" todo o gás circundante disponível.
Também há dúvidas se os planetas gigantes nascem pelo mesmo processo que os rochosos (como a Terra).
Esses planetas surgem com a aglutinação de pedaços de rocha (e gelo, no caso daqueles mais distantes do Sol) para a formação do núcleo, antes que um invólucro gasoso possa ser captado, por gravidade, pelo astro nascente.
Com seus instrumentos, a Juno vai perscrutar o interior de Júpiter em busca de um núcleo gélido e do oxigênio (proveniente originalmente do gelo) que deve haver em sua composição.
"Contribuiremos para o entendimento da formação de planetas gigantes como Júpiter, e as medições feitas pela Juno vão identificar quais teorias são mais compatíveis com a realidade", disse à Folha Scott Bolton. Ele é pesquisador do Southwest Research Institute e cientista-chefe da missão.
Ombros Gigantes.
A sonda Juno será a segunda espaçonave a entrar em órbita ao redor de Júpiter. Antes dela, veio a turbulenta, mas ao final bem-sucedida, missão Galileo.
Lançada pela Nasa em 1989 (por um ônibus espacial), ela quase foi perdida quando sua antena principal, responsável pelo envio de dados à Terra, pifou.
Os engenheiros trabalharam para redirecionar as transmissões para uma antena secundária e obtiveram fantásticos dados científicos, embora as restrições geradas pela velocidade de transmissão dos dados com essa gambiarra tenham limitado a quantidade de informações enviadas aos cientistas.
A Galileo tinha uma missão ampla, que consistia na observação dos satélites de Júpiter. A Juno é mais focada e trabalhará com o que sua predecessora não investigou.
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