Desde que entrou em órbita de
Mercúrio há pouco mais de um ano atrás,
a sonda MESSENGER da NASA capturou quase 100.000 imagens e
enviou dados que revelaram novas informações
acerca do planeta, incluindo a sua topografia, a estrutura
do seu núcleo e áreas de sombra permanente nos
pólos que contêm depósitos misteriosos.
Os achados mais recentes foram anunciados em dois artigos
científicos publicados na revista online Science
Express, e em 57 artigos apresentados a semana passada na
43.ª Conferência de Ciência Lunar e
Planetária no estado americano do Texas.
Um núcleo
surpreendente
Os instrumentos de rádio da MESSENGER permitiram à equipa científica desenvolver o primeiro modelo preciso do campo gravítico de Mercúrio que, quando combinado com dados topográficos e com o estado da rotação do planeta, fornecem dados acerca da estrutura interna do planeta, a espessura da sua crosta, o tamanho e o estado do seu núcleo, e a sua história tectónica e térmica.
O núcleo de Mercúrio ocupa uma grande parte do planeta, cerca de 85% do raio do planeta, até maior que estimativas anteriores. Dado o pequeno tamanho do planeta, houve uma altura em que muitos cientistas pensavam que o interior devia ter arrefecido até ao ponto que o núcleo se tinha tornado sólido. No entanto, movimentos dinâmicos subtis, medidos com radares terrestres, combinados com os recém-medidos parâmetros gravitacionais da MESSENGER e as características do campo magnético de Mercúrio que indicam um dínamo activo, sugerem que o núcleo do planeta é pelo menos parcialmente líquido.
O núcleo de Mercúrio é diferente de qualquer outro núcleo planetário no Sistema Solar. A Terra tem um núcleo exterior líquido e metálico, situado por cima de um núcleo interior sólido. Mercúrio parece ter uma crosta sólida de silicatos e um manto que cobre um núcleo exterior de sulfeto de ferro, uma camada intermédia líquida mais profunda, e possivelmente um núcleo interior sólido. Estes resultados têm implicações na maneira como o campo magnético de Mercúrio é gerado na compreensão de como o planeta evoluiu termicamente.
Curiosidades topográficas
A topografia de um planeta pode revelar informações fundamentais acerca da sua estrutura interna e da sua evolução geológica e térmica. Observações com o instrumento MLA (Mercury Laser Altimeter) da MESSENGER providenciaram o primeiro modelo topográfico preciso do hemisfério norte do planeta e caracterizaram encostas e a rugosidade superficial ao longo de um intervalo de escalas espaciais. A partir da órbita quase polar e excêntrica da sonda, o MLA ilumina áreas da superfície desde 15 até 100 metros de largura, separadas por aproximadamente 400 metros.
A propagação das
elevações é consideravelmente mais
pequena que aquelas em Marte ou na Lua. A
característica mais proeminente é uma grande
área de terras-baixas a latitudes altas norte que
contêm planícies vulcânicas. Dentro desta
região de várzeas está uma ampla subida
topográfica formada após as planícies
vulcânicas.
A latitudes médias, as planícies interiores da bacia de impacto Caloris - com 1550 km de diâmetro - foram modificadas de tal modo que parte do piso da bacia está agora mais elevado do que os rebordos. A porção elevada parece ser parte de uma elevação quási-linear que se prolonga por aproximadamente metade da circunferência planetária a latitudes médias. Estas características implicam mudanças a larga-escala na topografia de Mercúrio, que ocorreram após a era da formação da bacia de impacto e após a formação a larga-escala das planícies vulcânicas.
Sombras polares
Um dos grandes objectivos da missão primária da MESSENGER é compreender a natureza dos depósitos brilhantes em radar nos pólos de Mercúrio. A proposta mais convincente desde a sua descoberta afirma que este material brilhante no radar consiste predominantemente de água gelada. Os cientistas nunca tiveram imagens disponíveis para ver a superfície onde estas características estão localizadas. Mas as imagens obtidas pela sonda mostram que todas as características brilhantes através de radar perto do pólo sul estão localizadas em áreas de sombra permanente, e perto do pólo norte de Mercúrio estes depósitos também são apenas observados em regiões à sombra.
Impressão de
artista da sonda MESSENGER em órbita de
Mercúrio. Crédito: NASA/JHU/APL (clique na imagem para ver versão maior) |
Os instrumentos de rádio da MESSENGER permitiram à equipa científica desenvolver o primeiro modelo preciso do campo gravítico de Mercúrio que, quando combinado com dados topográficos e com o estado da rotação do planeta, fornecem dados acerca da estrutura interna do planeta, a espessura da sua crosta, o tamanho e o estado do seu núcleo, e a sua história tectónica e térmica.
O núcleo de Mercúrio ocupa uma grande parte do planeta, cerca de 85% do raio do planeta, até maior que estimativas anteriores. Dado o pequeno tamanho do planeta, houve uma altura em que muitos cientistas pensavam que o interior devia ter arrefecido até ao ponto que o núcleo se tinha tornado sólido. No entanto, movimentos dinâmicos subtis, medidos com radares terrestres, combinados com os recém-medidos parâmetros gravitacionais da MESSENGER e as características do campo magnético de Mercúrio que indicam um dínamo activo, sugerem que o núcleo do planeta é pelo menos parcialmente líquido.
O núcleo de Mercúrio é diferente de qualquer outro núcleo planetário no Sistema Solar. A Terra tem um núcleo exterior líquido e metálico, situado por cima de um núcleo interior sólido. Mercúrio parece ter uma crosta sólida de silicatos e um manto que cobre um núcleo exterior de sulfeto de ferro, uma camada intermédia líquida mais profunda, e possivelmente um núcleo interior sólido. Estes resultados têm implicações na maneira como o campo magnético de Mercúrio é gerado na compreensão de como o planeta evoluiu termicamente.
Curiosidades topográficas
A topografia de um planeta pode revelar informações fundamentais acerca da sua estrutura interna e da sua evolução geológica e térmica. Observações com o instrumento MLA (Mercury Laser Altimeter) da MESSENGER providenciaram o primeiro modelo topográfico preciso do hemisfério norte do planeta e caracterizaram encostas e a rugosidade superficial ao longo de um intervalo de escalas espaciais. A partir da órbita quase polar e excêntrica da sonda, o MLA ilumina áreas da superfície desde 15 até 100 metros de largura, separadas por aproximadamente 400 metros.
A latitudes médias, as planícies interiores da bacia de impacto Caloris - com 1550 km de diâmetro - foram modificadas de tal modo que parte do piso da bacia está agora mais elevado do que os rebordos. A porção elevada parece ser parte de uma elevação quási-linear que se prolonga por aproximadamente metade da circunferência planetária a latitudes médias. Estas características implicam mudanças a larga-escala na topografia de Mercúrio, que ocorreram após a era da formação da bacia de impacto e após a formação a larga-escala das planícies vulcânicas.
Sombras polares
Um dos grandes objectivos da missão primária da MESSENGER é compreender a natureza dos depósitos brilhantes em radar nos pólos de Mercúrio. A proposta mais convincente desde a sua descoberta afirma que este material brilhante no radar consiste predominantemente de água gelada. Os cientistas nunca tiveram imagens disponíveis para ver a superfície onde estas características estão localizadas. Mas as imagens obtidas pela sonda mostram que todas as características brilhantes através de radar perto do pólo sul estão localizadas em áreas de sombra permanente, e perto do pólo norte de Mercúrio estes depósitos também são apenas observados em regiões à sombra.
Estes resultados são
consistentes com a hipótese de água gelada mas
não constituem provas definitivas. Mas as imagens,
combinadas com análises em curso, irão
fornecer uma imagem mais completa da natureza dos
depósitos.
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