A Agência Espacial Europeia (ESA) e a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA (NASA) assinaram um acordo segundo o qual, o módulo de serviço da nave espacial tripulada Orion, que está sendo construída para voos além da órbita baixa da Terra, será criado com base na nave espacial europeia de carga ATV.
O primeiro voo da Orion está
previsto para 2017, quando a nave, em modo não-tripulado, deve chegar à
Lua. O segundo voo, como se planeja atualmente – já com a participação
de pessoas – deve ser realizado em 2021, e o novo acordo entre as
agências poderia significar que na tripulação haverá um europeu.
O
acordo assinado é mais uma indicação de que a futura exploração do
espaço será, o mais provavelmente, um caso de cooperação internacional.
A
espaçonave de carga europeia ATV (sigla de Veículo de Transferência
Automatizado ou Automated Transfer Vehicle em inglês) é usado para
manutenção da Estação Espacial Internacional desde 2008. Durante este
tempo, três ATV visitaram a estação, e um quarto, chamado de Albert
Einstein está que se preparando para seu voo. Após o voo da quinta ATV
em 2014, planeja terminar o programa.
Por outro lado,
a Orion está sendo desenvolvida pela NASA juntamente com o novo
foguete-portador SLS. Este par deve proporcionar aos Estados Unidos um
retorno ativo ao programa espacial tripulado depois da época dos
shuttles. No entanto, o próprio novo programa de presença humana no
espaço é incerto, embora como objetivo principal na maioria dos casos
seja chamada a Lua. Mas o que precisamente se planeja fazer durante o
voo, por enquanto é incerto.
Está mais ou menos
determinada a primeira expedição (Exploration Mission 1 ou EM-1) em 2017
– a nave espacial Orion, na versão não tripulada, em 17 de dezembro de
2017 será lançado ao espaço pelo novo veículo de lançamento e seguirá
rumo à Lua. A segunda Orion pode ser lançado para a Lua em 2021, com uma
tripulação de quatro (ou menos) pessoas a bordo. Se espera que a
tripulação vai passar três ou quatro dias em órbita lunar antes de
voltar para casa.
Segundo o novo acordo, o módulo de
serviço da Orion irá acomodar os motores, os tanques, o sistema de
gestão térmica, um estoque de água e oxigênio. Além disso, serão
instalados na Orion painéis solares em forma de X, típica da ATV.
Tal
“entrada” da Europa no programa tripulado dos EUA poderia significar
que à medida que avança o trabalho irão começar as negociações já sobre a
inclusão de um participante europeu na futura equipe da primeira missão
tripulada. Porque atualmente o funcionamento da EEI só é garantido até
2020, esta solução irá proporcionar uma espécie de “transição suave” de
um tipo de missões tripuladas para o outro. Obviamente, se tudo correr
bem.
De qualquer forma, problemas técnicos podem não
ser os principais do programa Orion. A queixa principal que se expressa
em relação a ele, é a falta de um objetivo claramente definido dessas
missões. Presumivelmente, tudo o que é feito no campo de voos
tripulados, deve levar o ser humano a Marte. Mas por enquanto ainda não
há um plano claro de como chegar ao Planeta Vermelho. Outra ideia é usar
a Orion para um voo tripulado para um asteroide. Uma tarefa ambiciosa
e, obviamente, interessante, mas não suscita uma aprovação unânime.
A
participação da Europa no projeto, portanto, pode ser considerada como
uma espécie de “garantia” de continuação do trabalho. No entanto, os
peritos também esperam que a NASA publique algum documento que definirá
os objetivos finais do programa tripulado para as próximas décadas.
O
mesmo é mais ou menos válido para a Rússia. O recém revelado programa
de atividades espaciais da Rússia até 2020 põe o programa espacial
tripulado em terceiro lugar por prioridade (após o desenvolvimento da
indústria de serviços espaciais e ciência espacial), porque até então
ele será baseado principalmente na EEI. No entanto, o texto também
contém referências ao fato de que, nos próximos sete anos, será
necessário criar um avanço cientifico e tecnológico para futuros voos
tripulados ao espaço profundo. Provavelmente, isso implica antes de tudo
um voo para a Lua, mas o programa não contem informações mais
específicas, talvez porque, por natureza, ele é mais parecido com um
plano para satisfazer as necessidades mais prementes da indústria
espacial nacional. Voos para outros planetas, em qualquer caso, por
agora continuam sendo se não puramente “arte pela arte”, um investimento
a prazo bastante longo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário